- Guilherme Purvin -
Na confluência das Avenidas Dom Pedro I, Ricardo Jafet e Nazareth encontra-se o Parque da Independência. As imagens mais conhecidas da região são o Monumento da Independência (defronte ao Riacho do Ipiranga) e o prédio do Museu de História da USP, mais conhecido como Museu Paulista (ao alto da colina).
Em meio a essas duas referências, destacam-se alguns pontos quase desconhecidos, como é o caso da Cripta Imperial (debaixo do monumento), da Casa do Grito (no caminho do monumento para o museu, no bosque à esquerda de quem sobe a colina) e uma misteriosa igreja ortodoxa russa de cuja existência eu mesmo, que vivi na região dos quatro aos vinte e nove anos, desconhecia até o momento em que resolvi escrever estas anotações.
O Museu Paulista está fechado há mais de uma década e prometem reabri-lo em setembro deste ano, para as comemorações do bicentenário da Independência do Brasil. Quando criança, eu estudava no Educandário Cardeal Motta, localizado a apenas um quarteirão do museu, na Rua Paulo Bregaro, 400. Muitas vezes voltava para casa a pé e explorava aquele parque.

Atrás do prédio do museu, havia um bosque que estava sempre fechado para o público. Não sei exatamente quando foi que ele foi aberto (ou reaberto), mas só o conheci quando já não morava no bairro. É possível visitar esse bosque a partir de uma entrada que fica na Avenida Nazareth, entre o prédio do Corpo de Bombeiros e o do Museu de Zoologia da USP; ou então pela Rua Padre Marchetti (as flechas no mapa indicam as entradas).
Esse bosque escondido no coração do bairro do Ipiranga é pequeno, mas permite um agradável passeio por suas trilhas sombreadas por árvores já bastante maduras. De acordo com uma página da Prefeitura de São Paulo, "No bosque ao fundo do Museu encontram-se espécies como araribá-rosa (Centrolobium tomentosum), bambu-chinês (Bambusa tuldoides), canela-batalha (Cryptocarya mandioccana), canelinha-cheirosa (Nectandra megapotamica), cedro (Cedrela fissilis), embiruçu (Pseudobombax grandiflorum), falsa-seringueira (Ficus elastica), imbiruçu (Eriotheca pentaphylla), jatobá (Hymenaea courbaril), marinheiro (Guarea macrophylla subsp. tuberculata), pau-ferro (Libidibia ferrea var. leiostachya), pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia) e sapucaia-miúda (Lecythis lanceolata)".
A seguir, algumas fotos que tirei pelo celular na manhã do dia 22 de abril. de 2022, a começar por uma enorme jaqueira cujos frutos pendentes pairam sobre a cabeça dos caminhantes.

Dentre as curiosidades que podem ser encontradas no bosque estão a "Academia Dom Pedro", um espaço onde os frequentadores (a maior parte formada por trabalhadores na reforma do Museu Paulista) praticam musculação com pesos improvisados, feitos com blocos de concreto.





Mais informações sobre o Parque da Independência e o bosque atrás do museu podem ser encontradas nestes sites:
Portal do Ipiranga - https://independenciaoumorte.com.br/2020/01/25/historia-oficial-do-museu-paulista-da-usp/
Áreas verdes das cidades - https://www.areasverdesdascidades.com.br/2012/06/parque-independencia.html
Cidade de São Paulo - Verde e Meio Ambiente - Independência - https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/meio_ambiente/parques/regiao_sul/index.php?p=5747
Há mais áreas verdes ao redor do Museu Paulista. Uma delas fica na lateral esquerda de quem desce rumo ao Monumento. Falo sobre esse bosque e sobre a Casa do Grito neste outro texto.
Texto e fotos: (c) Guilherme Purvin
São Paulo, 23 de abril de 2022